Aprenda sobre doação de órgãos


De acordo com o Ministério da Saúde, em junho de 2022, existiam quase 60 mil pessoas na lista de espera para receber um transplante de órgão ou tecido. E segundo, a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), um dos principais motivos da recusa das famílias para a doação, continua sendo a falta de informação ou informação equivocada sobre os processos de doação pós morte encefálica. Separamos algumas perguntas que são muito comuns quando o tema é doação de órgãos e tecidos. Confira!

Por que falar sobre doação de órgãos?

Porque é uma questão de saúde pública e, atualmente, há quase 60 mil pessoas na lista de espera para realizar um transplante no Brasil.

Como faço para me tornar doador de órgãos?

Converse com a sua família e avise sobre sua vontade. Não há nenhum documento que comprove a doação de órgãos, apenas sua família é quem pode autorizar a doação em caso de morte encefálica.

Quem pode ser doador de órgãos?

Qualquer pessoa maior de 18 anos, que após a realização de exames e avaliação médica tenha condições adequadas de saúde para a doação. Importante: a doação em vida só pode ser realizada com doador até o 4º grau de parentesco, qualquer pessoa fora desse círculo, precisa de uma autorização judicial (com a doação pareada/cruzada em discussão, as leis podem mudar). Menores de idade e outras pessoas sem nenhum grau de parentesco podem se tornar doadoras, após constatada morte encefálica (caso a família até 2º grau de parentesco, autorize).

O que é morte encefálica?

É o completo e irreversível comprometimento de todas as funções do cérebro (o cérebro morre). A morte encefálica é constatada por meio de exames e avaliação minuciosa da equipe médica, e se dá quando não há mais fluxo sanguíneo e nem atividade cerebral. Geralmente acontece, como resultado de severa agressão ou ferimento grave no órgão.

A doação de órgãos pode acontecer em vida?

Sim. Os requisitos são: ser maior de 18 anos, ser parente até 4º grau de parentesco do receptor, ter condições adequadas de saúde (realizar exames e ser avaliado por um médico).

O que leva uma pessoa a precisar de um transplante?

Doenças prévias, como a insuficiência renal crônica, cirrose hepática, doenças cardíacas, doenças pulmonares, entre outras. A necessidade de um transplante é sempre avaliada e indicada (ou não) pelos médicos que cuidam de cada paciente.

Quem não pode ser doador de órgãos após a morte? E em vida?

Após a morte: pessoas sem constatação de morte encefálica, pessoas com órgãos comprometidos, pessoas que não foram autorizadas por suas famílias. Em vida: pessoas fora do círculo familiar (até o 4º grau de parentesco) e pessoas sem condições adequadas de saúde.

Como funciona a lista de espera por um transplante no Brasil?

A lista de espera por um transplante é única em todo o país e o sistema é informatizado. Cada órgão tem uma fila específica, baseada na Lei nº 9.434/1997, no Decreto nº 2.268/1997 e na Portaria GM/MS nº 2.600/2009. E, ao contrário do que muitas pessoas imaginam, a ordem de inscrição não determina quem receberá o órgão primeiro. Mas, sim, as condições médicas como: compatibilidade dos grupos sanguíneos, tempo de espera e gravidade da doença. Ou seja, pacientes com maior risco de morte têm preferência.

Como é feita a cirurgia de retirada dos órgãos do doador?

Tanto a retirada de órgãos de doador falecido, quanto de doador vivo é feita em centro cirúrgico, como qualquer outra cirurgia, por equipes de médicos cirurgiões autorizadas pelo Ministério da Saúde e que sejam treinados para esse procedimento. No caso de doador falecido, a cirurgia acontece após confirmada a morte encefálica, a família autorizar a doação e encontrarem um receptor compatível.

A família doadora tem algum custo com a doação?

Não, a única responsabilidade da família doadora é autorizar (ou não) a doação.

Como fica o corpo após a retirada dos órgãos?

Como antes da cirurgia, sem nenhuma deformidade (tanto doadores vivos quanto falecidos) e, no caso, dos doadores não-vivos, o velório e sepultamento pode acontecer da forma que a família preferir.

Existe um sistema nacional que cuida dos transplantes?

Sim. O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é responsável pela regulamentação, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes realizados no país, com o objetivo de desenvolver o processo de doação, captação e distribuição de órgãos, tecidos e partes retiradas do corpo humano para fins terapêuticos.

Caso você tenha alguma dúvida que não tenha sido esclarecida aqui, entre em contato conosco pelo e-mail: contato@deixevivo.org.br